Participantes do BiblioArte LAB convidam escolas para participarem de movimento literário
A ação Territórios Literários é um movimento de ocupação literária e difusão de livros digitais através de sinalizações urbanas interativas Usar a literatura como instrumento para ocupar espaços públicos. Falando assim, soa audacioso, no entanto, os criadores do movimento Territórios Literários não se deixam intimidar. Muito pelo contrário: a turma, formada por 13 adolescentes de 13 a 16 anos, tem o entusiasmo da juventude como aliado – sem falar na familiaridade com as tecnologias digitais, que junto com a paixão pela literatura, servirão como trunfo para conquistar novos leitores. Mas como funciona essa ocupação literária? “Queremos transformar a cidade em uma plataforma de leitura, criando sinalizações urbanas interativas para difundir literatura em formato digital para crianças, jovens e adolescentes através dos celulares, tablets e outros dispositivos. Na prática, estamos selecionando conteúdos literários gratuitos da internet e reunindo-os no site www.territoriosliterarios.net”, explica uma das idealizadoras do projeto, Júlia Cristina, aluno da Escola Municipal DE. Pedro Afonso Junqueira. O passo seguinte é fazer com que os conteúdos alcancem o público de um jeito diferente: “Para apresentar as obras selecionadas, usamos sinalizações artísticas, como cartazes, acompanhadas de um código gráfico. Ao ser fotografado por um celular, esse código dá acesso aos livros, com opções para leitura online ou para baixar uma cópia”, descreve a estudante Rafaela Rennó. “Já espalhamos as primeiras sinalizações por locais estratégicos de Poços de Caldas e buscamos parcerias com as lojas locais para distribuir nossos cartazes”, complementa. Escolas podem participar Agora, o Territórios Literários quer ocupar as escolas também. Representantes do movimento já estiveram reunidos com membros da Secretaria Municipal de Educação (SME), quando apresentaram um edital para que as escolas municipais interessadas se canditarem para receber as sinalizações interativas permitindo acesso aos conteúdos literários. Para participar, as instituições devem preencher um formulário e comparecer à reunião que acontece no próximo dia 14 de setembro, às 14h, no auditório da própria SME. Na reunião, serão apresentados aos representantes de cada escola os detalhes da proposta e as diversas ações pretendidas pelo Territórios Literários, que incluem, além da fixação dos cartazes, a articulação de uma rede de alunos e professores que irão atuar como influenciadores de leitura nos lugares por onde circulam. O processo todo será construído de maneira participativa. Como surgiu o Territórios Literários Júlia, Rafaela e os demais participantes do Territórios Literários se conheceram durante os encontros do BiblioArte LAB, projeto que funciona como um laboratório comunitário de inovação em práticas de leitura. Desde o início do ano essa turma se reuniu em torno do LAB Rede de Leitores, um grupo de pesquisa e experimentações que busca encontrar novas formas de facilitar o acesso à leitura e contagiar outros jovens, crianças e adolescentes. Durante encontros semanais desenvolveram protótipos de ações de impacto social, a exemplo do Territórios Literários. A ideia para este movimento nasceu quando o grupo percebeu que muitos dos participantes utilizam a internet para acessar livros que não estavam disponíveis nas bibliotecas da cidade e assim, com a facilidade de lê-lo a qualquer momento na tela do celular, ampliavam suas experiências literárias. Ao mesmo tempo concluíram que a cidade possui várias áreas de acesso livre à internet sem fio e que estes lugares poderiam ser transformar em difusores literários. Para isso pesqusiaram sobre as mídias locativas, como o QR Code, e criaram sinalizações urbanas para estas áreas. Com o QR Code, basta o jovem fotografar o código que está no cartaz que uma seleção de três livros digitais feito pelos próprios jovens estará disponível no celular. Desde julho esse grupo iniciou as primeiras experiências de ocupação na região central da cidade. O BiblioArte LAB é realizado pela ONG Casa da Árvore, em parceria com a Secretaria Municipal da Cultura e Instituto Alcoa, além de patrocínios de DME e Iberbibliotecas. Para mais informações, basta acessar www.facebook.com/biblioartelab.